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A Felicidade é um estado


Cotidianamente somos bombardeados com mensagens, textos e frases de impacto que tentam nos passar uma ideia pronta sobre o que é a felicidade (mensagens que, diga-se de passagem, na maioria das vezes fogem totalmente da nossa realidade). Esse compilado de frases prontas e repetitivas, que quase sempre chega até nós por meio das redes sociais, muitas vezes rejeitam as condições básicas emocionais do ser humano.
O Porquê de precisarmos falar sobre isso? é simples: Vivemos numa atual sociedade onde as pessoas fazem questão de exibir uma falsa felicidade inalcançável, baseada na futilidade para outras pessoas que aceitam essa informação, sem qualquer questionamento sobre o que é verdadeiramente a felicidade.
Ninguém é feliz 24 horas por dia. Aliás, ouso dizer que ninguém é feliz. A felicidade não pode (e nem deve) ser tratada como uma característica. A felicidade é um estado. As pessoas não são felizes, as pessoas estão felizes, especificamente na determinada situação em que se encontram. 
Assim como todas as outras emoções expressas no ser humano, a felicidade não é permanente, mas - diferente de todas elas - deve ser tratada como um objetivo. A busca pelos momentos felizes (que estão presentes nas coisas simples do dia a dia) deve ser a maior prioridade das nossas vidas. 
assim como as outras emoções humanas, a felicidade também é uma consequência, é resultado das atitudes e escolhas que tomamos em nossas vidas, mas dificilmente temos controle do impacto que essas escolhas podem causar em nossas vidas. Sendo assim, considero que a felicidade é o resultado de uma aposta. Nos arriscamos em coisas sem garantia de vantagem apenas com intuito de que isso nos satisfaça, mesmo que momentaneamente (reforçando, a felicidade é um estado, não uma característica).

eventualmente, na desesperada falta de maturidade e de saúde mental, percebemos, como um choque de realidade, que jamais teremos de volta qualquer momento já vivido; Pensar que jamais viveremos novamente um momento desesperador é confortante. Imaginar que jamais reviveremos um momento inesquecível é desolador. Assim, o apego emocional nos afoga na dor extasiante do saudosismo. Não são poucas as vezes em que sofremos, sorrimos e choramos por momentos felizes que jamais teremos de volta.
Sendo assim, Coloco aqui um questionamento: O que sentimos define quem somos?

Algumas vezes, investimos na felicidade a longo prazo: Entregamos nossa atenção, nosso tempo e saúde (física e mental) a projetos nos quais só vamos obter resultado de fato, meses ou anos depois:  Um curso superior, uma graduação, um financiamento. Mas aí cabe um questionamento quase nunca feito por nós: Será que a felicidade se resume à estabilidade, às coisas "essenciais" pra se viver (como um bom emprego, uma casa espaçosa e um carro do ano)? ou será que a sociedade capitalista, que promove um estilo de vida baseado no acúmulo de riquezas e no consumo, nos incentiva a acreditar que a felicidade está justamente nessa falsa ideia de prosperidade?
seguindo esse raciocínio, cabe aqui outro questionamento: O que temos define o que somos?

e considerando o conformismo da sociedade em relação à essa definição vazia de felicidade, penso:
 Seria o comodismo, a atual definição de felicidade dentro da sociedade capitalista?
Ou seria a alternatividade, uma solução contra as conjunturas deste sistema?

 Muitos são os questionamentos que faço em torno da felicidade, e de como sua definição têm sido distorcida e inferiorizada dentro dessa atual geração, gerada das redes sociais e dos likes, que prefere o registro ao momento, que valoriza a futilidade e que renega a valiosidade das coisas que realmente importam. considerando todos esses questionamentos internos que trago comigo, concluo enfim que são nossas vivências (com ou sem registros); nossos momentos (felizes ou infelizes); e nossos valores (Saudosistas ou não) o que definirá sempre, a nossa existência como indivíduos vivendo em busca dos passageiros (embora, valiosos) momentos felizes da vida.



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